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ELES AMAM SEUS AMIGUINHOS
Padrinhos virtuais ajudam a manter novo lar de animais abandonados 26/12/2014 às 10:12:23

Júlia Lewgoy

RICARDO DE MOURA/DIVULGAÇÃO/JC
Sandra acolhe animais com algum tipo de deficiência
Sandra acolhe animais com algum tipo de deficiência

Há 10 anos, a porta de entrada da casa de Sandra Pires Moreira, em Canguçu, no Sudeste do Estado, foi o paradeiro de uma gata preta recém-parida e seus cinco filhotes. Abandonada e com uma grave infecção, a mãe logo se foi. Sandra passou a abrigar e alimentar as crias, mas só uma fêmea tricolor sobreviveu. Era Morena Flor. “Morena era meu apelido, e Flor, o da minha avó”, conta a técnica em veterinária. A gata sobrevivente foi apenas a primeira de centenas que vieram. 

Assim nasceu a organização não governamental Morena Flor, em Canguçu, especializada em cuidar de animais abandonados com deficiências, que necessitam permanentemente de cuidados especiais. Morena Flor ainda é viva e convive com outros gatos e cachorros com algum tipo de deficiência, rastro deixado por abandono, maus-tratos, atropelamentos ou doenças crônicas. “Morena era uma guerreira, mas com uma fragilidade imensa. Eu me apaixonei por ela. Hoje, ela não gosta de interagir com os outros gatos e jura que é gente”, brinca Sandra. 

São 200 animais em um sítio, a sete quilômetros do centro de Canguçu. Sandra sabe não só o nome de todos, mas também conhece bem a personalidade de cada um deles. O cachorro vira-lata Aiky, por exemplo, tem medo de tempestades e ventania. “E é muito ciumento também”, completa Sandra.

Os bichos acolhidos pela ONG Morena Flor são mantidos apenas com a ajuda da comunidade, com muito carinho e cuidado, mas de forma precária, devido à falta de recursos. Por isso, neste mês, a ONG lançou um programa de apadrinhamento virtual em sua página no Facebook (www.facebook.com/amigosdemorenaflor). Mesmo pessoas de fora de Canguçu podem apadrinhar um bichinho, contribuindo com doações fixas por mês para custear o tratamento e a alimentação, a partir de R$ 30,00. Os padrinhos podem visitar seu afilhado e, dependendo de suas condições de saúde, até levá-lo para passear. 

Quando fundada, a ONG atendia apenas a gatos no Centro da cidade. Na época, Sandra era bolsista de um projeto de castração de animais da Universidade Federal de Pelotas (Ufpel). Por isso, estava acostumada com o pré e o pós-operatório dos bichanos, e aprendeu a cuidá-los em situações de fragilidade. Na Morena Flor, Sandra iniciou um trabalho de tratar os gatos e enviá-los para adoção, e se tornou conhecida por isso na comunidade. Os canguçuenses e outras pessoas da região a procuram para que ela ajude a encaminhar animais abandonados com graves problemas de saúde para os veterinários especializados. “Canguçu não tinha mais ninguém que fizesse esse trabalho. A comunidade é nossa parceira”, relata Sandra.

Eram tantos animais sob seus cuidados, que a técnica em veterinária foi obrigada a se mudar para um sítio retirado da cidade, doado por empresários, onde hoje funciona a ONG. É ali que Sandra mora, já que os animais precisam de ajuda e supervisão durante 24 horas. São tetraplégicos, paraplégicos, idosos, cegos, surdos ou epiléticos, todos com algum tipo de deficiência que os acompanha para o resto da vida. “Não socorremos animais saudáveis, apenas os que dependem de assistência contínua. A comunidade pode e deve cuidar dos animais saudáveis”, esclarece Sandra. Cinco pessoas atuam na ONG e o projeto conta com dois veterinários voluntários, que realizam os procedimentos cirúrgicos a preços especiais. 

Além dos gatos e cachorros, Sandra também ajuda a encaminhar equinos e animais silvestres em condições de fragilidade para recuperação e encaminhamento ao seu habitat, por meio de uma parceria com a Ufpel. A ONG Morena Flor já acolheu animais como gambás, ratões do banhado e tartarugas. 

Cerca de 5 mil bichos já passaram pela ONG Morena Flor em uma década de trabalho. Quando possível, a organização os encaminha para adoção, mas a maioria exige cuidado constante e conhecimento mínimo para lidar com suas deficiências. Por isso, muitos enfrentam dificuldades para serem adotados. “Tudo é feito estrategicamente para que eles consigam ter uma vida saudável e feliz”, explica Sandra. 

 

 

Fonte: (Jornal do Comércio)






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