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ELES AMAM SEUS AMIGUINHOS
Projeto luta para cuidar de animais que vivem nas ruas 20/04/2015 às 21:27:30
“Imaginem a seguinte situação: pessoas doentes soltas na rua deixando a população preocupada. Em supermercados, ônibus, bancos, salões de beleza, shoppings, lojas e até em feiras, elas circulam livremente. Nota-se que a maioria está sofrendo de alguma enfermidade, como gripe, tuberculose, sarampo, catapora, pneumonia, hepatite. Médicos especialistas denunciam a falta de controle na propagação das patologias.
 
 
 
 
Segundo eles, a solução é isolar os doentes. Os casos mais extremos só com eutanásia. Diante disto, órgãos da saúde decidem abrir novos lotes de vacinas e o funcionamento da Carrocinha Racional para recolher pacientes em casa para o processo de higienização ser concluído. Assustador, não? Pois é isto que acontece todos os dias aos animais de rua. O tratamento a eles é frio, cruel, mas eles sentem exatamente o mesmo que nós”, enfatiza a estudante de publicidade e propaganda, Stephannie dos Santos. Ela está entre várias pessoas em São Luís que se esforçam, tirando do próprio bolso, na ajuda aos animais.

Stephannie ajuda sempre quando pode. Ela tem em sua residência, quatro felinos e uma cadela, todos resgatados das ruas. Todos foram encontrados por ela desnutridos e com carrapatos, além de outras enfermidades. Todo o custo para recuperá-los veio dela e da ajuda da mãe, Tamar dos Santos, além do namorado, Eduardo Luz. “Como a casa não é muito grande, já não posso ficar com todos os animais de rua que encontro, mas os que vejo, ajudo e depois ofereço para adoção”, conta. Ela e mais tantas outras pessoas vivem entre a rotina de trabalhar, estudar, cuidar da família e a rotina de ajudar os animais de ruas, sejam gatos ou cães. A maioria disse que começou o trabalho de ajudar de forma isolada e, aos poucos, foram conhecendo outras com a mesma intenção até formarem grupos e ONGs de proteção animal. Sobre as dificuldades, estas pessoas afirmam que – apesar dos percalços entre socorrer animais feridos, custos com veterinário, remédios e ração, além de conseguir um lar – não pensam desistir no que se refere a reverter a situação.

“Nosso esforço é muito e às vezes rende pouco em ração, cuidados médicos, pois tudo é muito caro, mas salvar a vida de um animalzinho que está à beira da morte, lhe dar abrigo, comida e carinho, é gratificante. Eles nos retribuem com seu olhar amoroso. Isto faz bem pra alma e, como eles não sabem falar para pedir ajuda, precisam muito de nós humanos”, conta a dona de casa Lêda Lima. Ela ainda tem um blog voltado para esta causa. O “Ei, bichinhos!” foi criado ano passado com o intuito de conscientizar as pessoas não só para cuidar e proteger os animais, mas também para adoção e castração dos bichos de estimação: “castrar e adotar são dois atos de amor”, afirma.

Ela conta ainda que a rotina é árdua, porque “os Protetores de Animais são pessoas comuns, que trabalham, estudam, cuidam dos filhos e não recebem dinheiro nenhum pra fazer essas ações. Tiramos do nosso próprio dinheiro e alguns amigos que gostam de animais que ajudam. Temos que criar tempo para cuidar dos animais, porque nós temos toda uma rotina intensa de outros trabalhos dentro e fora de casa. Então, pra cuidar dos bichinhos, a gente tem que se virar nos trinta. Eu, no caso, tenho que fazer um malabarismo por causa da rotina das filhas, mas eu me desdobro e não deixo nenhum dos meus bichinhos sem cuidado, tanto os de casa, como os da rua”, conclui. Ela afirma ainda que gasta, em média mensal, R$ 1.000, 00, dependendo do tipo do resgate: “As campanhas ajudam, mas nunca quitam as contas todas. As pessoas, ainda não tem uma consciência animal. São poucas pessoas ainda que tiram do seu bolso pra ajudar um animal”, lamenta.

Desejo de ajudar que vem de infância

Poliana Gatinho tem um sobrenome que já previa seu engajamento na casa animal. Ela conta que gostar de animais e o cuidado com eles é algo que tem “desde muito pequena”, afirma. “Desde que cheguei a São Luís, há 14 anos, sempre ajudei alguns animais de forma isolada (sozinha). Mas comecei a conhecer pessoas da causa e a me juntar a elas pra ajudar um número maior de animais, há quase 1 ano, quando fiz meu primeiro grande resgate de um cachorro atropelado a quem coloquei o nome de Bob, desde o Bob, fui só conhecendo mais pessoas, me juntando a elas e alcançando os resultados que temos hoje, já mudamos a realidade de muitos animais, mas hoje perdi a noção de quantas vidinhas eu e minhas amigas de causa já mudamos juntas”, relata.

Já as adolescentes, de 14 e 15 anos, Maria Clara Lima e Júlia Langford, além de mais seis amigas, Juliana Oliveira, Isadora Cestari, Luiza Couto, Lara Vasconcelos e Aline Royal, juntaram-se para ajudar ONGs que estão na causa animal e a ajuda dos professores Elvis John Ribeiro, Carolina Aranha e Valente Neto. A ideia surgiu dda Oficina de Núcleo em fevereiro deste ano, na Escola Crescimento, onde estudam o primeiro ano do ensino médio. A oficina é baseada em um trabalho desenvolvido pela Unesco com as escolas e este ano a problemática é voltada para os animais. “Tivemos então a ideia de criar um projeto para ajudar as ONGs de São Luís que precisam muito de apoio para ajudar os animais. O projeto se chama ‘Cãopanheiras MA’. Por enquanto, já conseguimos ajudar duas entidades arrecadando ração, medicamentos e materiais de higiene para cães e gatos”, explica Maria Clara.

Todas as pessoas que desejam colaborar podem entrar em contato pela página do facebook ou pelo email projetocaopanheiras@gmail.com. O projeto da escola termina no final do primeiro semestre de 2015 e o grupo pretende realizar uma feirinha de adoção de animais. Questionadas se, após a finalização do projeto, querem continuar na causa animal, elas são enfáticas: “Acredito que todos devem ajudar os animais, pois é uma questão também de saúde pública e eles não merecem ficar a mercê do abandono e da solidão. Adoramos animais e pretendemos continuar ajudando-os como pudermos”, conclui Júlia.

Poucos meses na luta

Valéria Cutrim é estudante de direito e começou há poucos meses a ajduar animais abandonados, quando uma cadela apareceu em sua porta e ficou olhando para os dois cachorros que viviam na residência. Valéria conta ainda que seu namorado percebeu que o animal estava com fome e deram um pouco de ração, na calçada da casa. “Ela comeu tudo em menos de 30 segundos. Estava desnutrida, muito magra e aquilo me comoveu muito”, disse. “Mas eu acho que o nosso pequeno gesto cativou mais a ela do que a nós. Daquele dia em diante ela passou a vir todos os dias em minha porta se alimentar. É assim até hoje. Um tempo depois ela arrumou um amigo, outro cachorro de rua, em situação bem pior. Muito magro, triste e extremamente assustado. Não se aproximava, tinha muito medo, e se não fosse a fome, ele não chegaria perto nunca”, completa.

Assim, Valéria e o namorado passam a alimentar cachorros de rua, contudo, ela conta que a sensação era de que ainda não seria o suficiente. A estudante se entristece ao comentar que seus dois cachorros são cuidados como filhos, enquanto que muitos na rua não têm este amor e dedicação. “Deveria ser assim com todos, uma vez que todos, homens ou bichos, sentem dor, fome, tristeza, saudade e amor”, avalia. “Coloco a situação dos animais no meu perfil do facebook para conseguir a ajuda de mais pessoas e alguns se comoveram. Eles nos doaram algumas quantias, da forma que puderam, e isso salvou a vida de dois cães. Sou universitária, ainda não possuo emprego e renda fixa, então, não tenho a menor condição de fazer esse trabalho sozinha. Gasto em média 300 reais por mês em despesas na ajuda. Mas não me arrependo, precisamos mudar nossa cultura em relação a animais de rua e se sensibilizar”, aconselha.
 
 
Fonte: (O Imparcial)





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