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Animais abandonados ganham segunda chance em lar temporário 08/06/2016 às 15:54:49

Vale do Taquari - Pela manhã, o zelador do Canil Municipal tira Guri da gaiola e o ajusta no andador improvisado. O cão, de quatro anos, adora correr, apesar de ter perdido os movimentos das patas traseiras. "Provavelmente ele foi atropelado", conta a veterinária, Juliana Maria Zanetti. Há um ano morando no local, já virou membro da "família" e se mostra ansioso quando chega a hora brincar com a Bárbie, Netuno, Lolita, Maguila e outros 67 cachorros abrigados no local, que aguardam adoção.

Animais abandonados ganham segunda chance em lar temporário


Quando chegou ao canil, Guri precisou fazer fisioterapia, mas os exercícios não foram eficazes na recuperação. "Ele é especial. Faz suas necessidades sem perceber, já que não sente a parte de trás do corpo. Mas seu olhar carinhoso mostra o quanto é um animal amoroso e precisa de cuidados", explica a recepcionista Fátima Ulsenheimer.


A coordenadora do Controle de Zoonoses e Vetores (CCZV), Elea Wessel, ressalta que as adoções não são frequentes. Desde o início do ano, apenas 24 cachorros receberam um lar. "A grande procura é sempre por filhotes, assim trabalhamos em contato direto com as entidades assistenciais dos animais. Nessa hora, as redes sociais somam na divulgação dos bichinhos, mas isso ainda não é o suficiente."


CCZV


Desde julho de 2008, quando o Canil Municipal foi inaugurado, a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do CCZV, trabalha para garantir o bem-estar dos animais e minimizar os impactos de zoonoses na saúde pública. A entidade prioriza atendimento para cachorros atropelados, machucados, além de fêmes com filhotes e recém-nascidos.


Atualmente, os cães estão acomodados em 33 baias, somando com 19 novos espaços, inaugurados na última sexta-feira (3). Entre as conquistas está a Lei de número 9654, que dispõe de chipagem obrigatória a todos os bichos do município. Com o chip, as principais informações sobre eles ficam armazenadas, minimizando o abandono e atribuindo responsabilidade aos tutores. "Somos questionados sobre as 'regalias' dos cães. Essa não é uma questão de humanização de bichos mas, sim, de saúde pública. Existem muitas pessoas trabalhando por pessoas e essa proporção não é a mesma quando falamos de animais. Eles não podem pedir ajuda. Por isso precisamos cuidá-los", lembra Elea.


Associações


Lajeado conta com três associações conveniadas junto à prefeitura, além de grupos independentes, que trabalham para resgatar e cuidar de animais. Até o momento, a Apama, Aapavat e Apasfa são credenciadas, mas atuam também na região com o resgate, lar temporário e adoção. Apesar dos recursos limitados, o trabalho em conjunto busca atender o animal e discutir a conscientização da comunidade.


No canil, cada associação tem direito a duas castrações gratuitas por semana, além da chipagem de todos os cães e vacinação. De acordo com Elea, o município ainda não possui um local adequado para atender os gatos e, assim, conta com a parceria das entidades e protetores individuais. "O número de animais que recolhemos é muito grande. Ninguém trabalha sozinho, é muito importante valorizar o serviço dos voluntários. As Ongs atuam de forma independente e precisam de ajuda. Elas cuidam de todas as instâncias, inclusive, repassam ração para famílias sem condições e oportunizam muitos lares temporários", conta Elea.


Entidades Credenciadas


Para auxiliar no cuidado com os animais, Lajeado, Estrela e Arroio do Meio contam com o trabalho voluntário de entidades. São elas que encontram lares temporários e realizam ações para arrecadar fundos em prol de gatos e cachorros. Confira história das associações credenciais, com CNPJ, nestes municípios.


Aapavat aposta em ações para arrecadar verba 


A Associação dos Amigos Protetores dos Animais do Vale do Taquari (Aapavat) trabalha para melhorar a vida dos animais. Suas ações estão focadas na conscientização da comunidade. São três voluntárias atuantes, que se responsabilizam por cerca de 50 gatos e 22 cachorros. Sem canil, a entidade encaminha os animais para lares temporários e dão assistência à família carentes, com atendimento veterinário e doação de rações. "O que mais precisamos é que a comunidade se empenhe nesta causa. Em vez de apenas fazer a denúncia por maus tratos, ou nos avisar sobre os que estão na rua, devem ajudar a cuidá-los e alimentá-los", lembra a sócia-fundadora da Ong Noeli Rippinnger (48). Para se manter, a Aapavat organiza ações, como o Brechó Solidário, no Parque dos Dick, e blitze em sinaleiras de Lajeado. As contribuições custeiam rações, cirurgias e castrações. "O valor arrecadado é baixo. Conseguimos fazer apenas dez castrações com o valor de um brechó."


Serviço


A Aapavat promove um Brechó Solidário no próximo dia 12. O evento será Parque dos Dick, em Lajeado, das 10h às 17h.


Apasfa procura quem assuma a entidade


A Associação de Proteção aos Animais São Francisco de Assis (Apasfa) atende a denúncias de maus-tratos e abandono de animais desde 2002. Em média, precisam de R$ 2 mil para custear as despesas. O dinheiro sai do bolso dos três voluntários. "Cada um dá o que pode. Muitos animais estão ficando velhos e doentes. Nos comprometemos a cuidá-los, mas precisamos de ajuda, pois tem sido difícil conseguir arrecadar ração e medicamentos. Contamos com doações", explica a bioterapeuta e fundadora da Ong, Maria Isabel da Silva.


Maria sente as dificuldades de assistir os 72 cachorros que estão em lares temporários. "Dediquei a minha vida integralmente a este trabalho e me comprometo a cuidá-los e amá-los até o resto da vida, mas não quero mais esta responsabilidade pública. Agora, procuro por alguém que venha tomar a direção da entidade."


A associação mantém critérios rígidos para a adoção. Quem quiser adotar, assina um termo de compromisso. "Exigimos que este animal fique melhor do que ele se encontrava. Além disso, acompanhamos nos cuidados."


Apaam busca conscientizar a população para a causa 


A Associação de Proteção aos Animais Arroio-meenses (Apaam) foi fundada em 2004 por um grupo de pessoas que se uniu para proteger os animais abandonados ou em estado de risco. Para arrecadar contribuições, a Apaam distribuiu cofrinhos pelo comércio da cidade e realiza ações em parceria com entidades sociais. "Contamos com dez sócios, que colaboram mensalmente", conta a aposentada e voluntária da Ong, Solange Beneduzi (58). O canil está localizado na Rua Dom Pedro II, ao lado do parque de máquinas do município, e comporta 32 baias para animais. Entretanto, são 67 cães assistidos no local. "No feriado de Páscoa amarraram duas cadelas com dois filhotes em nosso portão. Uma delas ganhou seis filhotes", lembra Solange.


Com o valor recebido de ações do Rotary Clube e um chá beneficente, a entidade deve comprar vacinas para todos os animais. "Outra novidade é que a prefeitura cedeu um veterinário para as castrações e recebemos um aparelho para a chipagem." O trabalho de conscientização é outra preocupação do grupo. "Precisamos evitar o abandono e, se alguém se voluntariar a adoção, deve saber que terá um compromisso para o resto da vida. Gostaríamos que as pessoas pudessem nos visitar para conhecer a realidade destes cães", convida.


Apama tem R$ 80 mil em dívidas


A Ong Amando, Protegendo e Ajudando Muitos Animais (Apama), de Lajeado, age em casos de maus-tratos, abandono, tratamento e reabilitação de animais para posterior acolhimento consciente. Com dois anos de atuação, mantém a média de 30 adoções mensais e realiza a esterilização de felinos e caninos em bairros populares. No total, são 300 cães assistidos na sede, localizada no Bairro Conventos, e mais 40 gatos, sob o cuidado de voluntários.


Segundo a presidente Ana Rita Silva Azambuja, a ONG trabalha no vermelho. Só com veterinários, possui uma dívida de R$ 80 mil. "A demanda por cirurgias para a retirada de tumores ou vasectomia é grande." As doações não são suficientes nem para as despesas básicas. "Só em rações gastamos em torno de R$ 10 mil ao mês. Tiro do meu bolso o dinheiro para a luz, água e combustível", conta.


Para manter os cuidados, os voluntários organizaram programas especiais, como o da Alimentação Garantida. "Convidamos as pessoas a fazerem doações a partir de R$ 20. O valor é essencial para garantir o padrão de alimentação e evitar que os animais fiquem debilitados." A limpeza da sede fica por conta de dois funcionários. Aos sábados, o local é aberto para quem quiser ajudar na manutenção. "É possível contribuir de várias formas, seja com a doação de rações, cobertores, toalhas ou materiais de limpeza; ou pela adesão aos programas." Para arrecadar verba, os voluntários participam de feirinhas no Shopping de Lajeado e de eventos como o Arte na Praça (Lajeado) e Arte na Escadaria (Estrela).


Serviço


A Apama realiza Festa de São João no dia 18 de junho. O evento ocorre na Sociedade 25 de Julho, em Conventos, a partir das 17h.


Aepa abriga cães e gatos


A Associação Estrelense de Apoio aos Animais (Aepa) é uma ong que abriga cães e gatos que sofreram abandono ou maus-tratos. A entidade atende através da página do Facebook/ AEPA - Associação Estrelense de Proteção aos Animais.


Em questão com a veterinária do canil municipal, Juliana Zanetti


O Informativo - Como o abandono de animais pode ser prejudicial para a saúde pública?

Juliana Zanetti - O abandono de animais além de ser um problema social também é uma questão de saúde pública, considerando-se que inúmeros deles vagam pelas ruas sem vacinação e controle populacional, podendo contrair doenças e consequentemente transmitir-las, a nós, humanos. Os cães e gatos estão envolvidos na história natural das zoonoses como raiva, leishmaniose, leptospirose, toxoplasmose e outras doenças parasitárias implicando diretamente na saúde pública.

O Informativo - Qual a situação dos animais quando chegam ao canil? De que forma são assistidos na entidade?

Juliana - Chegam até o CCZV as mais diversas situações possíveis: Dermatopatias (lesões dermatológicas), animais debilitados, com doenças infecto-contagiosas, principalmente cinomose e parvovirose, vítimas de maus tratos, atropelamentos, filhotes recém nascidos...

Ao dar entrada no CCZV, o canino passa por uma avaliação e através dos sinais clínicos apresentados é realizado o diagnóstico. Os animais são tratados conforme a patologia apresentada e após a recuperação são vacinados, chipados,  esterilizados (castrados) e disponibilizados para adoção.

O Informativo - Qual a importância da castração e chipagem no controle da saúde?

Juliana - A população de cães e gatos cresce dia após dia. Porém, nem todos aqueles que nascem conseguem ter um tutor ou um bom lar. A castração é a forma mais eficaz no controle populacional, além de impedir a reprodução e assim diminuir a população de cães e gatos, tem outras vantagens para o animal e para o tutor: fêmeas não entram mais no cio, machos diminuem a demarcação de território, a fêmea fica livre do risco de câncer de ovário e útero e diminui muito o risco de câncer de mama, machos param de fugir para ir atrás de fêmeas no cio.

A chipagem permite a identificação do animal e seu tutor, é uma ferramenta muito importante para identificar o animal em caso de fuga, acidente e abandono. Também reforça a importância da posse responsável, uma vez que é possível identificar o tutor em caso de abandono de animal que esteja chipado.


 

Crédito da notícia: Bárbara Corrêa, Taciana Colombo, Thaís Presser

Fonte: (Informativo)

 






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