Ela citou que já vem trabalhando as questões ligadas à causa animal em diversos projetos de lei que tramitam na Câmara Municipal do Recife, dos quais um já virou lei, que é o 150/2014, que instituiu o 17 de dezembro como Dia Municipal dos Protetores dos Animais, no Recife. Os outros projetos de lei são 149/2014, que autoriza o Poder Executivo a construir abrigos para animais, no Recife; o 154/2014, que dispõe sobre transporte de animais domésticos no serviço público municipal de transporte coletivo de passageiros, no Recife; 169/2014, que proíbe a prestação de serviços de vigilância de cães de guarda com fins lucrativos no Recife; o 21/2015, que proíbe a venda e exposição de cães e gatos em pet shops no Recife; e o 76/2015, que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de artifício e artefatos pirotécnicos em eventos realizados com a participação de animais, ou em áreas próximas a locais onde se abrigam animais no Recife.
Fizeram parte da mesa de debates o gerente do Centro de Vigilância Animal (CVA), Jurandi de Almeida; o gerente geral da Secretaria de Direitos dos Animais da Prefeitura do Recife, Robson Melo; o coordenador do Movimento Social Liberte, Augusto César Bezerra da Silva; a representante do Programa Adote um Vira Lata, Lena Costa Carvalho; a coordenadora do Projeto Patinhas, Luciane Nascimento; e a secretária de Saúde de Serra Talhada, Márcia Conrado.O plenarnho estava lotado de militantes do movimento social que trabalha com a causa animal. “O que dá para perceber é que os movimentos em defesa dos animais começam pelas redes sociais e depois tomam as ruas. Por isso, é importante que todos nós possamos dar visibilidade à causa’, disse Isabella de Roldão.
O gerente geral da secretaria dos Direitos Animais, Robson Melo, disse que a secretaria municipal foi criada em 2013 pelo atual prefeito Geraldo Júlio, “uma marco na gestão municipal”. Anunciou que o Hospital Veterinário do Recife, no bairro do Cordeiro, já está em obras e que a primeira etapa passará a funcionar em março de 2016. “O hospital foi uma promessa de campanha do prefeito, que está sedo cumprida. Ele vai funcionar 24 horas por dia, oferecendo atendimento clínico, cirúrgico (castração e ortopédico), exames laboratoriais e diagnóstico por imagem (raio-x e ultrassom)”, disse. Prometeu que a secretaria também pretende criar um crematório público de animais e ambulância do tipo SAMU para recolher animais doentes. Robson Melo disse que a secretaria realiza controle populacional, retirada de animais das ruas, eventos de adoção, campanha de castração e campanha educativa nas escolas da rede municipal.
Luciane Nascimento, do Projeto Patinhas, disse que a ação mais importante que pode ser feita dentro da política de proteção aos animais é a castração. “Essa é a melhor forma de controle. Nós, do projeto, indicamos à população os veterinários que podem fazer esse serviço de forma mais barata e acessível. Também temos nosso projeto de doação”, disse. Ela criticou que o número de castração realizado pela Secretaria de Defesa dos Animais é insuficiente. Lena Costa Carvalho, do projeto Adote um Vira Latas, disse que “não adianta fazer a castração, sem fazer o controle populacional, com aplicação de microchips nos animais; assim como não adianta fazer as duas coisas sem o apoio de uma campanha educativa”. O Adote um Vira Lata é um programa de extensão da Universidade Federal de Pernambuco, que testa modelos de intervenção social para adotar políticas públicas.
O dirigente do Centro de Vigilância Animal (CVA), Jurandi de Almeida, concedeu sua apresentação à técnica de Vigilância de Saúde, Denise Oliveira. ”A esterilização dos animais sem a guarda responsável não resolve o problemas dos animais de rua. Esse é o nosso desafio, tanto do poder público quanto das organizações que trabalham com a causa. A simples esterilização não vai resolver”, afirmou. Ela também defende uma parceria das entidades sociais com o poder público para superar os desafios. Denise apresentou alguns dados: o CVA tem dois ambulatórios para avaliação clínica, uma sala de castração, duas de cirurgia, já realizou 1.505 consultas veterinárias este ano (foram 4.066 em 2014); realizou 230 cirurgias este ano (874 em 2014). Tem 16 canis coletivos para observação e nove para adoção; e abrigamento para gatos em oito gaiolas. Além disso, faz controle de roedores, vigilância da qualidade de água etc.
A secretária de Saúde de Serra Talhada, Márcia Conrado, disse que o município do sertão criou o primeiro hospital veterinário público de Pernambuco. “Ele foi inaugurado no dia 30 de janeiro. É um hospital que funciona 24 horas por dia para as emergências, e nunca fecha. Os exames e consultas têm que ser marcados”. Ela disse que o hospital foi erguido no local onde, antes, ficavam a sede do centro de zoonoses. “Nós reformados e modernizados o espaço. Foram gastos R$ 100 mil”, disse. O serviço dá prioridade aos animais que vivem nas ruas. Eles são recolhidos por uma ONG, são medicados, tratados, vermifugados e direcionados à ONG responsável pelo processo de adoção. Tem centro cirúrgico, laboratório, sala de pós-operação e funciona como clínica, das 8h às 13h para consultas, vacinas etc.
Fonte: (Câmara Municipal do Recife)