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Animais com problemas físicos são “esquecidos” na hora da adoção 29/04/2014 às 09:27:30

Camafeu é um cachorro de opinião. Se esparrama pelo chão, com seu corpão, para mostrar que não está a fim de passeio. Quando se anima, corre para a calçada. Brincalhão que só, fica todo enciumado se outro cachorro ganha mais carinho. Chega a grunhir, pedindo um cafuné.

É um grande melhor amigo, como todos os outros cachorros. E aparenta se esquecer completamente do que lhe falta. Camafeu tem três patinhas – perdeu a quarta em um atropelamento.

Foi encontrado pelo CCZ em uma estrada, com as duas patas traseiras quebradas, magro e com mancha de coleira apertada. “Ele foi deixado para morrer”, lamenta Natália, presidente da ONG Cãopaixão, que há um ano cuida do cão.

Camafeu passou por várias cirurgias e tem pinos em uma das patinhas. Os veterinários tentaram de toda forma recuperar a outra, mas não foi possível. Não fosse a pata ausente, seria impossível acreditar nesse triste passado.

Hoje, ele é um cão forte, ativo, de pelo e olhar brilhante. Deve ter 5 anos, mas não dá um só sinal de canseira. “Ele é um cachorro normal. A única diferença é que senta mais, porque cansa mais”, diz a veterinária Dayse de Oliveira, que cuida do cão.

Lutar incansavelmente contra os obstáculos também é tarefa diária para Herói, Rep e Negão. Os três só conseguem andar rastejando ou com cadeiras adaptadoras. Herói e Negão foram atropelados. Rep tem sequelas de alguma doença que contraiu quando filhote – novamente a falta de histórico sobre os animais abandonados dificulta o diagnóstico.

O trio vive na clínica Vet Care, sob os cuidados da ONG Cãopaixão. Precisam de atenção especial.
Negão, resgatado há um ano, é o mais ativo. Ainda não entendeu que perdeu os movimentos das duas patas traseiras, então se nega a usar fralda e

Resgatado há um ano, Negão ainda não entende que perdeu o movimento das patas traseiras (Foto: Silva Junior / Especial)

Resgatado há um ano, Negão ainda não entende que perdeu o movimento das patas traseiras (Foto: Silva Junior / Especial)

cadeirinha. Anda para todo lado se rastejando. Também está custando a entender a postura de um cachorro. “Não aceitava carinho, não sabe onde fazer xixi e cocô, onde pegar comida… Não teve nenhum contato com humanos”, explica a veterinária Paula Filipin.

Como se rasteja, Negão fica com feridas na parte traseira e precisa de curativos e banho todos os dias. Ainda assim, é mais independente que Herói e Rep.

Os dois estão com a ONG há mais de três anos. Rep não tem o movimento das quatro patas. Herói não consegue mover as duas de trás. Os dois usam fraldas, que são trocadas três vezes ao dia, e precisam de banho diariamente.

Negão, Rep e Herói passam duas vezes na semana por fisioterapia e acupuntura, que ajudam no fortalecimento dos músculos, no alívio das dores que sentem e lhes dão alguma chance de recuperação.

Rep, com todas as dificuldades, é o mandão da clínica. Temperamental, dá ordens para todos os outros cachorros mesmo sem conseguir se mover. Late forte, rosna, é destemido. Herói é o mais companheiro e serelepe. Negão, pelo pouco tempo em contato com o carinho e o cuidado dos bons humanos, ainda é o mais medroso e arredio. Aos poucos, vai entendendo de amor. “Ele nem deixava passar a mão e, agora, já procura carinho”, comemora Paula.

Paciência e disposição fundamentais

Rep não consegue andar, mas é o “mandão” da clínica: late forte e mostra personalidade  (Foto: Silva Junior / Especial)

Rep não consegue andar, mas é o “mandão” da clínica: late forte e mostra personalidade (Foto: Silva Junior / Especial)

Para adotar um animal, seja ele especial ou não, é necessário, acima de tudo, disposição e paciência. O animal deverá passar por um período de adaptação e, no caso dos bichinhos especiais, os cuidados são mais trabalhosos e intensos.

“Qualquer pessoa consegue adotar um animal especial, desde que disponha de um pouco de tempo. Animais como o Rep e o Herói, por exemplo, precisam de cuidados várias vezes ao dia”, explica a fisiatra veterinária Taise Filipino.

Andrea, da ONG Focinhos, relembra também que é necessário programação orçamentária. “A pessoa que vai adotar deve ter um planejamento, sabendo que pode gastar com internação, remédios e outras coisas que cada cachorro pode precisar”. Ela salienta que um filhote pode trazer todos esses gastos.

“A pessoa tem que estar preparada para esse momento porque os filhotes também envelhecem ou adoecem.”

Cristina Dias, que participa da diretoria da AVA (Associação Vida Animal), garante que, apesar de acontecerem em menor quantidade, as adoções especiais dificilmente dão errado. “São adoções mais conscientes. Quem adota um animal especial é para fazer o bem. Sabe das dificuldades e está preparado para elas”.

Fonte: (Jornal A Cidade)






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