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Notícias
A importância de uma política pública eficiente para os animais 29/04/2014 às 11:11:19
Celina Müller foi criada numa fazenda, sempre junto aos animais. Após a tragédia que se abateu sobre Nova Friburgo em 2011, resolveu se dedicar por completo à causa e proteção dos animais abandonados, carentes e vítimas de maus-tratos. Criou então o projeto Amicão&Amicat, que hoje ampara 150 animais e já conseguiu a castração de mil cães e gatos. O projeto sobrevive de doações e conta com apoio de voluntários, chamados por ela de "turma do bem”, que ajudam na manutenção do local onde os animais ficam abrigados, e de veterinários que cuidam e operam os animais. 

 

Neste Ponto de Vista, Celina destaca a necessidade de a Prefeitura colocar em prática um programa eficiente de proteção aos animais carentes e abandonados. Enquanto isso não acontece, ela estimula a população a adotar um animalzinho de estimação, destacando a imensa gratidão que os mesmos nutrem por seus novos donos. "Já sofreram tanto no passado que se sentem felizes, muito felizes, por terem encontrado uma família que os ama, respondendo à altura com todo o seu amor.”

 

 

 

Celina Müller

 

Convivo com cães e gatos desde a infância. Tendo o privilégio de morar em casas espaçosas, com grandes quintais, nunca tive menos de dez animais domésticos. No entanto, nem tomava conhecimento do que acontecia com os animais abandonados. Desde que ocorreu a tragédia de 2011, minha vida mudou. Atuando como voluntária, aprendi que os animais são muito mais indefesos do se que imagina. Ao lado de veterinários e de outros voluntários, passei dias e mais dias no extinto galpão da Vilage, local que improvisamos para amparar seres humanos e animais desabrigados por conta dessa tragédia. 

 

Fui me envolvendo cada vez mais com o problema do abandono dos animais. Após este primeiro momento, quando terminaram as ações de apoio, tratamento, cirurgias e adoções, continuei a ajudá-los como pude. Surgia o projeto Amicão&Amicat, ao qual venho me dedicando de corpo e alma. No início, amparávamos 30 animais, hoje são 150, todos eles resgatados de diversas situações de abandono e maus-tratos. Nossos bichinhos têm nome, ficha cadastral, histórico e contam com todo o respeito a sua personalidade. Já conseguimos, inclusive, dividi-los por tamanho e separá-los mais ou menos por idade. 

 

Como se pode observar, nosso canil tem uma ótica de proteção diferenciada. Defino o projeto como um lar-animal, onde a maioria vive livre, embora dentro de um espaço onde possamos controlá-los. Assim que um deles é resgatado, o encaminhamos imediatamente a um veterinário para exame clínico e de sangue. São vacinados, vermifugados e, só então, colocados junto aos demais. Para que os bichinhos gozem de plena saúde, cuidamos permanentemente da profilaxia de pragas com banhos medicinais periódicos, que eliminam os focos de pulgas e carrapatos. Todos os animais adultos são castrados e, no momento oportuno, também os filhotes. 

 

Como não somos ONG nem Oscip, que podem receber verbas oficiais, contamos exclusivamente com a ajuda de amigos e colaboradores que confiam em nosso trabalho para poder sustentá-lo com tudo o que os animais merecem. Também realizamos campanhas para informar as pessoas o que realmente acontece com o grande número de animais que ficam à deriva pelas ruas. Encontramos, por exemplo, até cães de raças consideradas nobres tempos atrás completamente perdidos, vagando pelas ruas. 

 

Defendemos a castração como a única forma de equilibrar a população animal abandonada. Nosso projeto está perto de completar mil castrações, realizadas tanto nos cães e gatos que nós próprios resgatamos como naqueles que estão sob cuidado de pessoas carentes, o que nos dá muito orgulho. Levando em conta que uma fêmea pode dar à luz a uma média de cinco a seis filhotes em cada cio, uma única cadela pode gerar em sete anos uma quantidade enorme de descendentes. Teríamos adotantes para tantos animaizinhos? Difícil, para não dizer impossível.

 

Basta este fato para comprovar a importância da castração, que deveria ser realizada gratuitamente e em grande escala. Proponho ao governo municipal um mutirão nos bairros, voltado para cães de pessoas carentes e que não podem custear uma cirurgia. Tenho certeza de que um plano bem elaborado, com uma logística acertada, daria bons resultados. Muitos veterinários se sensibilizariam com essa atitude. Uma boa política de castração já reduziria — em muito — a quantidade de animais abandonados.

 

Muitas pessoas são contra a castração porque existem os mitos de que o animal vai engordar ou ficar sem expressão. Nada disso. Precisamos castrá-los para dar um basta na procriação, mas a cirurgia tem outros benefícios, inclusive o de evitar doenças por vezes fatais, tanto nos machos como nas fêmeas. 

 

Tenho outra observação que considero muito séria. Este serviço deve ser prestado primeiramente a animais de rua e carentes (com exceção dos que comprovadamente sofreram maus-tratos). Não é admissível que uma família com condições financeiras suficientes para manter um animal usufrua de um serviço que deve ser voltado aos menos favorecidos. 

 

Questiono o serviço de castração gratuito e sem exigências também porque nossa cidade conta com inúmeros veterinários que fazem atendimentos gratuitos sem alardear este fato e que inevitavelmente seriam atingidos por programas sem ônus para todos. Admito, porém, que a matéria é passível de discussão. Animais oriundos de ONGs, Oscips, projetos e entidades protetoras em geral são considerados carentes, ou seja, estariam incluídos nestes serviços se e quando a Prefeitura cumprisse seu papel e subsidiasse também os serviços dos profissionais da área que militam na proteção animal. 

 

Tudo isso tem que se dar através de campanhas de adoção bem planejadas e executadas. Como isso é difícil! Precisamos urgentemente, portanto, que o programa de castração da Prefeitura seja intensificado. Hoje temos a Subsecretaria de Proteção Animal que, com o planejamento em curso, ainda não conseguiu bons resultados. Temos que ter uma política animal mais rápida e eficaz. Necessitamos também — e urgentemente — de uma clínica veterinária com atendimento 24 horas, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Ou seja, de um programa eficiente de proteção de animais carentes e abandonados. 

 

Só quem milita na causa animal pode avaliar a dificuldade de se obter adotantes para estes bichinhos que têm tanto a oferecer a nós, humanos. Em primeiro lugar, ainda existe o mito de que um animal adulto ou que vive nas ruas não se apega à família nem se adapta ao espaço reduzido de um apartamento ou mesmo de uma casa. Ledo engano. Minha experiência e a de tanta gente mostra que um cão ou gato adotado sente uma imensa gratidão por seus novos donos. Já sofreu tanto no passado que se sente feliz, muito feliz, por ter encontrado uma família que o ama, respondendo à altura com todo o seu amor. 
 
 
Fonte: (A Voz da Serra)





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