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Solidariedade: mulher supera dificuldades para criar mais de 90 animais na Posse 06/05/2014 às 18:44:52

Aos 61 anos, a vida de Teresa Rosina Nogueira de Pinho se resume a cuidar da Valentina, da Sofia, da Aninha, do Tuc, do Belo e de mais 85 animais, divididos entre 60 cães e 30 gatos. Mas, a rotina de Teresa e dos bichos dela mudou completamente depois que houve um deslizamento de pedras, em fevereiro, no Ingá, na Posse, que fez com que o sítio onde vivia com os animais fosse interditado. Atualmente, ela se divide em oito casas onde conseguiu realocar os bichos, mas os gatos continuam no sítio na Estrada da Pedreira. A maior preocupação dela, no entanto, é com relação aos gastos, de cerca de R$ 50,00 por dia, só com alimentação, sem contar remédio e o dinheiro necessário para a castração. Desde que saiu do sítio, ela ficou sem lugar para realizar as tosas e para hospedar os animais. As duas atividades eram a fonte de renda que ela tinha.

A maior parte dos cães (26), está na casa de uma amiga na Estrada Silveira da Motta. Teresa contou que acorda todos os dias às 6h para alimentar os bichos e só consegue voltar para a casa onde está morando, enquanto não consegue alugar outra, às 20h. A roupa dela e os panos dos animais, uma amiga está lavando e, para comer, ela também vai na casa dos conhecidos. Teresa, conseguiu o benefício do aluguel social de R$ 500,00, mas por enquanto só achou um sítio que fica próximo a pedreira e também foi interditado nas primeiras 24 horas após os deslizamentos. Por enquanto ela está esperando a Defesa Civil ir até o local, para poder se mudar, com  os cachorros. Os gatos, ela  disse que vão precisar continuar na casa condenada. 

“Nasci em Belém, mas morava no Rio quando decidi mudar para um lugar tranquilo há 18 anos. Quando visitei a Posse achei o local ideal. Na época, eu tinha apenas uns três cães de guarda. Mas, comecei a perceber um grande problema que a cidade inteira enfrenta e resolvi ajudar como eu podia, cuidando dos animais de rua do bairro, castrando e auxiliando os bichos de estimação das pessoas carentes. Quando cheguei aqui, mudei totalmente o rumo da minha vida”, contou. 

Sobre a noite de deslizamentos, ela disse que é impossível esquecer. “Estava uma noite tranquila, com uma lua linda. Eu estava conversando com a minha vizinha, por volta das 20h30, avistamos um cavalo na montanha e depois entrei em casa para ver o Jornal Nacional. Pouco tempo depois ouvi um barulho e uma respiração ofegante, já estava com roupa para dormir, mas logo saí, para ver o que estava acontecendo com uma lanterna e começou aquele barulho de pequenas pedras deslizando. De repente uma fumaça negra tomou conta do ambiente e não dava mais para enxergar nada”, rememorou. O cavalo, ela salientou que conseguiu escapar do deslizamento e a respiração ofegante foi porque precisou correr muito para não ser atingido.

Teresa disse que esperou as pedras rolarem e depois saiu da casa apenas com a roupa do corpo “e com uma dor imensa de não poder voltar para tirar os bichos de lá”, contou. Apenas 48 horas depois, é que a Defesa Civil liberou para que as famílias voltassem rapidamente em casa para buscar alguns pertences. No total, sete imóveis foram interditados, sendo que, quatro deles, em caráter definitivo. Quando chegou no sítio, uma labradora estava morta. “Ela tomava gadernal e tinha pavor de fogos de artifício. Acredito que a falta do remédio associada ao barulho dos deslizamentos foram responsáveis pela morte dela”, comentou. 

Com o passar dos dias, ela perdeu também quatro gatos, sem saber se foram atingidos pelas pedras. 

Diariamente ela vai até a casa interditada para alimentá-los e confessou que está pensando em levar os cães mais ferozes para o local. 

Porém, a preocupação com as pedras ainda é grande. “Se aquela lasca de 8 metros descer, vai pegar todas as casas interditadas e até essa que eu estou pensando em alugar. Mas, acho que o que vai acontecer, e também é preocupante, é que na época de chuvas, as pedras pequenas vão continuar deslizando”, disse. 

Mas, achar um outro local por R$ 500, 00, para morar com os 90 animais e que seja bem localizado para continuar oferecendo o serviço de tosa, não é fácil. “Não tenho coragem de ir para um lugar sem os bichos, jamais dormiria tranquila se fizesse isso”, afirmou ela, que tem um enorme carinho por cada um. 

No local, onde colocou os animais, ela vem enfrentando dificuldades, porque muitos vizinhos reclamam dos latidos. Teresa comentou que tenta conversar explicando que é só um período e sobre o problema que está vivenciando.

Durante a entrevista, a Valentina fugiu do canil e Teresa precisou correr atrás dela, preocupada com outros cães que poderiam atacá-la. Ela também lembrou de um caso, de um dos cachorros que tirou da rua que precisou chamar o Corpo de Bombeiros. “Ele não atacava, mas sempre foi muito desconfiado e não conseguíamos tirá-lo da rua. Ele estava todo machucado e levamos direto para a clínica. Demorou muito tempo até ele se acostumar comigo”, contou.

Ela ressaltou que está precisando de ajuda. E quem quiser e puder contribuir pode doar ração. “Pode deixar nas lojas que vendem ração na Posse, uma quantia em dinheiro, para que eu busque depois”, disse. Jornais, caixas de papelão, panos, coleiras, correntes e remédio de verme também são bem-vindos, segundo ela. Além disso, as pessoas podem apadrinhar os bichinhos e contribuir como puderem. Do total de animais, 15  estão para adoção. O telefone para quem quiser ajudar é (24) 98809-1854. 

Por: Aline Rickly

 

Fonte: (Tribuna de Petrópolis)






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