Lançado pela Editora FGV, o livro A Proteção Jurídica dos Animais no Brasil: Uma Breve História aborda a complexa relação histórica entre homens e animais, destacando de que modo a proteção jurídica aos animais é uma dimensão importante da cidadania socioambiental. No Brasil, esse movimento social tem raízes históricas antigas, tendo sido registradas no século XIX, no que diz respeito aos animais domésticos.
O livro, que integra a Série História da Coleção FGV de Bolso, relaciona a história com as principais vertentes da agenda política contemporânea de defesa do bem-estar dos animais. De um lado, a obra aborda a visão “abolicionista” – que assume uma postura radical, comparando a situação dos animais à escravidão – e, de outro, a corrente moderada, que entende a proteção aos animais em termos pragmáticos – como a luta pelo “bem-estar” animal e, quando necessário, seu sacrifício, para consumo de carne, com a adoção de “normas de compaixão”, como o abate indolor.
No século XX, o ativismo expandiu-se em direção à proteção da fauna silvestre, e o Brasil concedeu status constitucional à proteção do meio ambiente, englobando a fauna e a flora. A Constituição Federal de 1988 dispõe que é dever do poder público proteger a fauna, vedando práticas que submetam os animais à crueldade. Nesse contexto, o livro propõe que recuperar tais iniciativas de proteção pode aclarar e dotar de profundidade o debate público a respeito do direito dos animais.
Manifestar-se coletivamente e pacificamente nos espaços públicos, promover iniciativas para que a legislação seja cumprida, e, principalmente, engajar-se em campanhas de sensibilização e socioeducativas são formas de inscrever o movimento pelo bem-estar dos animais na agenda política de nosso tempo.
Fonte:(Tribuna do Norte)