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ZOONOSES
Bicho Geográfico 28/03/2014 às 14:14:40

BICHO-GEOGRÁFICO

A Larva Migrans Cutânea, conhecida popularmente como “Bicho geográfico”, descrita pela primeira vez em 1874, é uma infecção cutânea e auto-limitada, com endemicidade documentada em zonas de clima subtropical e tropical.

Originada do contato direto da pele do ser humano com a larva, em terceiro estádio, de nematóides, presente no solo ou em fômites contaminados com fezes de cães. As espécies mais frequentemente implicadas são o Ancylostoma braziliense e o Ancylostoma caninum, parasitas de gatos e cães, respectivamente.

Os parasitas adultos, que vivem no aparelho digestivo destes animais domésticos, produzem ovos que são eliminados pelas fezes e depositados no solo. Em condições de umidade, temperatura e oxigenação favoráveis, os ovos originam larvas em cerca de 7 dias. Estes locais são habitualmente quentes e úmidos como praias com vegetação próxima, parques infantis ou sob varandas.

Após penetração na epiderme, através dos folículos pilosos, glândulas sudoríparas, fissuras cutâneas ou através da pele intacta, as larvas migram no tecido subcutâneo ocasionando reações inflamatórias caracterizadas por prurido intenso e erupções de aspecto serpiginoso.

Os pés e as nádegas são os locais mais freqüentemente afetados embora outras partes do corpo também possam ser atingidas – coxas, braços, mãos, couro cabeludo e, raramente, mucosas.

No ser humano as larvas não são capazes de completar o seu ciclo vital e morrem semanas ou meses depois. Permanecem confinadas à junção entre a derme e a epiderme por não possuírem colagenases específicas para atravessar a membrana basal e migram nesse plano a uma velocidade de 1 a 2 centímetros por dia.

O diagnóstico é através do histórico de contato com locais que apresentam areia, frequentados por cães e gatos, sobretudo em praias, em praças, colégios e parques destinados à recreação de crianças; e clínico a partir da observação das lesões cutâneas.

O tratamento é feito através de meios físicos (azoto líquido), fármacos por via sistêmica (Tiabendazol, Albendazol e Ivermectina) e tópica (Tiabendazol). A crioterapia através do azoto líquido não está atualmente recomendada para uso pediátrico por ser muito dolorosa e associada a taxas de recidiva relativamente altas.

O tratamento tópico está indicado nas situações autolimitadas, com Tiabendazol creme a 15% aplicado 2 vezes ao dia durante 3 a 5 dias. O Albendazol, anti-helmíntico heterocíclico de terceira geração, é o fármaco mais utilizado em doses de 400 mg/dia durante 3 dias.

Como prevenção deve-se manter os animais em boas condições de higiene. É importante o diagnóstico por meio de exames de fezes periódicos (a cada duas semanas até quatro meses e após, a cada dois a quatro meses). Sempre tratar os animais positivos, melhorando as condições de saúde dos animais e reduzindo a contaminação ambiental por ovos de helmintos. Evitar andar descalço em locais frequentados por cães e gatos e cobrir as caixas de areia durante a noite para evitar sua utilização por gatos para defecar. Recolher as fezes dos animais e estimular os outros donos de animais a fazerem o mesmo. Não levar animais para a praia.

Referências:

FERREIRA, C.; MACHADO, S.; SELORES, M. Larva migrans cutânea em idade pediátrica: a propósito de um caso clínico. Revista Nascer e Crescer, vol. XII, n.º 4, 2003.

GUIMARÃES, M.A.; ALVES, E.G.L.; REZENDE, G.F.; RODRIGUES, M.C. Ovos de Toxocara sp. e larvas de Ancylostoma sp. em praça pública de Lavras, MG. Rev. Saúde Pública, 39(2):293-5, 2005.

SANTARÉM, V.A.; GIUFFRIDA, R.; ZANIN, G.A. Larva migrans cutânea: ocorrência de casos humanos e identificação de larvas de Ancylostoma spp em parque público do município de Taciba, São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 37(2):179-181, mar-abr, 2004.

SARNA/ESCABIOSE

 

 

Conceito

A sarna é considerada uma ZOONOSE, ou seja – são doenças de animais transmissíveis ao homem, ou transmitidas do homem para os animais. A sarna do cão especificamente é uma doença de pele causada por um pequeno ácaro microscópico chamado Sarcoptes scabiei. O parasita cava túneis nas camadas mais profundas da pele causando intensa coçeira – o sintoma mais popular da sarna tanto em humanos como em animais. No gato a sarna é causado por um outro ácaro, o Notroedis cati.

Sintomas

Além da coceira, a sarna pode causar perda de pelos, descamação e crostas na cabeça, orelhas e patas. Podendo alastrar-se por todo o corpo do animal se não for tratada. Os sintomas em humanos são semelhantes, o que pode-se identificar no homem na maioria dos casos são pequenos pontos escoriados ou recobertos por crostas em conseqüência do prurido.

 

 

Contágio

Os animais podem pegar sarna no contato direto com outros cães, com gatos doentes, ou pelo contato indireto através de cobertores, roupinhas, toalhas e objetos contaminados. Por isso no tratamento da doença é importante não tratar apenas do animal, mas também do ambiente que o animal freqüenta e os objetos por ele usados. Por isso esses objetos devem ser higienizados com frequência. Os humanos podem eventualmente pegar sarna através dos animais. As lesões de sarna nos humanos se manifestam como pontos avermelhados nos braços e tórax, justamente as áreas onde as pessoas têm contato direto com os animais quando os carregam.

Diagnóstico

Para diagnosticar a sarna é preciso raspar as lesões da pele do animal, especialmente as áreas com descamações. Ao microscópico, esse raspado de pele irá revelar ácaros ou seus ovos. Muitas vezes as lesões da pele e o histórico são tão característicos de sarna que nem é necessário o exame. Porém, a escabiose pode ser confundida com algumas dermatites que também causam coceira, como as alergias. Assim, antes de iniciar um tratamento contra sarna, o veterinário deve ser consultado para confirmar se realmente trata-se dessa doença.

 

 

Tratamento

Pode ser feito na forma de banhos usando produtos acaricidas ou loções tópicas, dependendo da gravidade da doença. O veterinário poderá optar por medicação injetável para tratar da sarna, mas essa aplicação só deve ser feita por um profissional, uma vez que os produtos podem ser tóxicos. E essa aplicação não tem efeito preventivo como as vacinas e sim curativo. Não existe vacina contra a sarna.

Curiosidades

A escabiose ou sarna não deve ser confundida com demodicose ou “sarna negra”. Essa última é causada por outro agente, não é transmissível de um animal para outro, mas sim da mãe para o filhote. Enquanto a escabiose pode ser tratada, a sarna negra não tem cura, mas controle. NÃO É TRANSMISSÍVEL AO HOMEM.

Referências:

http://www.dermatologia.net/novo/base/doencas/sarna.shtml

http://dermatopet.com.br/problemas-dermatologicos/

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sarna

http://www.webanimal.com.br/cao/index2.asp?menu=sarna.htm

TRYPANOSOMA CRUZI

O Trypanosoma cruzi está distribuído em todas as partes do globo, muitas vezes sem causar a doença no hospedeiro. A doença parasitária é dividida em duas partes, fase aguda e fase crônica. A fase aguda é caracterizada por miocardite difusa, às vezes só identificada no eco-cardiograma, e fase crônica, quando o indivíduo irá apresentar exame sorológico positivo sem nenhuma outra alteração em exames específicos.

A doença de chagas, também conhecida como Tripanosomíase americana é um protozoário, flagelado e com apenas uma mitocôndria, se apresenta no sangue na forme de tripomastigota e, nos tecidos, como amastigota.

O T. cruzi tem como vetor os triatomíneos hematófagos que, dependendo da espécie podem viver no meio silvestre ou dentro de casa. No Brasil o mais conhecido é o “barbeiro”, ou “chupões”. Além do homem, diversos mamíferos domésticos servem como reservatório para o protozoário.

O modo de transmissão do protozoário é de forma vetorial, e ocorre pela excretas dos triatomíneos em contato com a pele lesada ou mucosas do ser humano. Pode ocorrer também por transfusão sanguínea. A transmissão via oral ocorre pela ingesta de alimentos contaminados, pode ocorrer também por transplante de órgão.

O período de incubação varia de acordo com a forma de transmissão. Podendo varia de 4 a 40 dias. O paciente com chagas pode armazenar a doença durante toda vida, sendo reservatório para os vetores com os quais tiver contato.

 

 

Fonte: (www.zoonoses.agrarias.ufpr.br)






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