Por que meu cachorro adulto morde o filhote? 15/03/2023 às 18:31:43
Se o seu cão adulto morde o filhote em casa, você deve intervir o mais rápido possível, pois isso pode causar ferimentos graves. Aprenda aqui como resolver essa situação.
Quando pensamos em trazer um novo cachorro para casa, é fácil pensar em escolher cães de raças pequenas, pois eles são adoráveis, gentis e divertidos. Contudo, a diferença maturacional com o espécime que você tem em casa pode fazer com que você se encontre na seguinte situação: o cão adulto morde o filhote e não o aceita. O que fazer agora?
Como acontece com todos os problemas de convivência, é melhor preparar o terreno antes da chegada do novo inquilino e lidar com a situação com a maior calma possível. Aqui estão algumas dicas para fazer isso.
Por que meu cachorro adulto não aceita o filhote?
Na verdade, o primeiro passo não é a apresentação entre os 2 cães, e sim a preparação do lare a escolha – se possível – do filhote com as características mais adequadas para viver com o adulto. Para fazer isso, você deve levar em consideração os seguintes fatores:
Cães idosos: se o cão adulto for um idoso, é muito provável que sofra de algum tipo de doença típica de sua idade. Quando o filhote brinca com ele sem cuidado, ele pode machucá-lo com uma mordida.
Socialização do adulto: se o cão mais velho tiver problemas de relacionamento com outros cães, ele terá dificuldades para se adaptar ao filhote. Antes de fazer o cão adulto morar com outro animal que ele não conhece, o ideal seria ajudá-lo primeiro a resolver os déficits que ele tem.
Apresentação do filhote: as introduções de um novo membro da família devem ser feitas sempre de forma progressiva e com cautela. Como qualquer animal social, talvez adulto e filhote não gostem um do outro simplesmente porque são incompatíveis.
Atividade de ambos os cães: levar para casa um filhote enérgico pode ser um incômodo para um adulto, especialmente se este tiver um caráter tranquilo e relaxado. Como os filhotes costumam não ter filtro, é possível que os chamados constantes terminem em agressões por parte dos mais velhos.
Depois de ter preparado tudo o que você precisa para a chegada do filhote e escolhido o mais adequado, é hora de fazer a apresentação. A seguir, você encontrará orientações gerais para fazer isso da melhor maneira possível.
Como apresentar um filhote a um cão adulto?
A apresentação deve ser sempre feita em zona neutra. Um bom lugar é a rua, onde os dois cães têm a oportunidade de se farejar e se conhecer pelo tempo que precisarem. É importante não interceder se não for estritamente necessário, pois você pode influenciar a impressão deles.
Evite snacks e brinquedos, pois os cães podem brigar por eles.
Se você conseguir marcar vários encontros antes de o filhote ir para casa, melhor. Quando chegar a hora, certifique-se de estar com tudo pronto: coloque um número de camas e comedouros igual ao número de cães mais um, brinquedos e acessórios suficientes para eles e áreas acondicionadas caso tenha que mantê-los separados.
Os primeiros dias de convivência são os mais críticos, pois os cães vão estabelecer sua hierarquia. À medida que o animal adulto se acostumar a dividir seu espaço, o filhote vai aprendendo os limites. Tente não interferir no relacionamento (exceto para evitar conflitos e separá-los se necessário).
O que fazer se meu cachorro adulto morder o filhote?
Se apesar de todos os seus esforços o cão adulto morder o filhote e isso não se tratar apenas de marcar seu espaço, você está em uma situação delicada. É hora de intervir ativamente e definir os limites para adultos e filhotes.
Quanto ao adulto, ele deve ser informado de que o que está fazendo é errado. Cada vez que ele mostrar uma atitude agressiva para com o filhote, ele deve ser repreendido e o conflito interrompido. No entanto, não isole o adulto e depois console o filhote nem demonstre sinais de rejeição, pois isso pode aumentar os sentimentos negativos do mais velho em relação ao mais novo.
Por outro lado, o filhote deve ser ensinado a respeitar os limites impostos pelo adulto. Embora essa parte seja mais longa, reforçar as advertências não agressivas do mais velho removendo o filhote reforçará a ideia de que ele não deve estar por perto se não quiser receber uma bronca.
Nesse ponto, é melhor evitar situações em que o cão adulto morde o filhote. Para fazer isso, aqui estão três dicas gerais:
Não negligencie o cão adulto: educar um filhote tende a consumir muito do tempo que antes era dedicado ao cuidado do adulto. É possível que os maus comportamentos deste último se devam a ciúmes ou pedidos de atenção, por isso certifique-se de não se descuidar dos seus momentos de carinho.
Use reforço positivo: nem tudo deve ser punição e repreensão. Recompense e parabenize os dois cães sempre que interagirem de maneira amigável e respeitosa.
Evite que o cão adulto se sinta invadido: a boa apresentação de ambos e a configuração do espaço antes da chegada do filhote devem evitar que o adulto sinta que o cachorrinho é um invasor.
Tipos de agressão em cães adultos
A agressão faz parte da vida social de qualquer espécie. Embora nós, humanos, a condenemos porque construímos uma cultura em torno da coexistência pacífica, nos cães a agressão é uma ferramenta tão válida quanto a colaboração ou a compaixão.
O problema surge quando o cão só usa a agressividade para resolver conflitos sociais ou quando a usa de forma inadequada. Entender a origem da agressão do cão adulto também é útil para a prevenção. Estes são os tipos mais comuns:
Agressão por dominância: o cão é uma espécie que se organiza de forma hierárquica. Essa hierarquia é estabelecida por meio da agressão (não da luta). Quando um cão vê sua posição em um grupo ameaçada, ele pode tentar mantê-la por meio de comportamentos claramente agressivos.
Agressão por medo: se o cão perceber que está em perigo, sua resposta defensiva pode ser a agressão. Isso é frequentemente observado em espécimes com um passado abusivo.
Instinto de caça: não é propriamente uma agressão, mas parece que sim quando este comportamento é observado em casa. Esse comportamento geralmente é direcionado a animais menores que o cachorro ou a espécies que na natureza serviriam de alimento.
Agressão pela territorialidade: o canídeo está defendendo o espaço que pensa ser seu.
Agressão protetora: ocorre quando o cão acredita que sua família está sendo ameaçada.
Agressão possessiva: semelhante à agressão territorial, esta agressão visa manter seguros objetos ou recursos que o animal percebe como seus.
Agressão redirecionada: é mais comum do que se pensa e até nós humanos a exercemos. Quando um cão está em um estado de alta tensão e excitação, é provável que direcione seu ataque a outro ser que está fora do conflito (mas que aparece na hora errada).
O que fazer para dois cachorros se darem bem?
A intervenção no relacionamento de 2 indivíduos de outra espécie deve ser feita com cautela e bom treinamento a este respeito, pois não falamos a mesma língua que o resto dos animais. Antes de mais nada, certifique-se do seguinte:
Mantenha-se atualizado com o conhecimento sobre a linguagem canina e estude o comportamento de seus cães antes de agir. Caso contrário, você pode confundir alguns comportamentos com outros, como uma sequência de brincadeira com comportamento agressivo.
Não mude as rotinas que você tinha com seu cão antes da chegada do filhote, pois isso poderia associar o pequeno a uma mudança negativa em sua vida.
Além disso, crie uma nova rotina comum para os dois cães: isso os tranquilizará sobre os eventos que se seguirão. Por exemplo, se eles souberem que comerão em quartos separados, não vão brigar quando você colocar a primeira tigela de ração.
Tente dar a mesma atenção aos dois cães.
Evite repreensão e punição tanto quanto possível. Claro, violência e instrumentos como coleiras de enforcamento não são uma opção.
Mantenha uma atitude neutra e calma: os cães sabem reconhecer quando você se sente inseguro ou impulsivo. Se eles o virem como seu guia, isso os deixará ansiosos e eles reagirão pior.
Depois de estabelecer sua posição contra eles e seus conflitos, é hora de começar a agir ativamente. Algumas atitudes são estas:
Faça caminhadas longas e enriquecedoras com os dois cães todos os dias: assim, eles compartilharão experiências positivas em comum e criarão um vínculo aos poucos.
Se eles não brigarem por isso, use snacks para cães para recompensar o bom comportamento entre eles, como relaxar durante o contato físico, cheirar o traseiro ou brincar sem conflito.
Realize uma educação comum: salvaguardando as necessidades individuais de cada cão, é melhor que as ordens e dinâmicas estabelecidas em casa sejam comuns aos 2 cães. Ter esse aspecto de convivência nos mesmos termos os ajudará a criar um sentimento de igualitarismo em relação ao seu tratamento.