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Tailândia tenta impedir monges de lucrarem com tigres em zoo improvisado em templo 09/05/2016 às 16:42:05
  • Amanda Mustard/The New York Times

Saira Tahir, uma advogada de Londres, balançou uma vara de bambu com um saco plástico na ponta, erguido no ar. Um tigre de 90 quilos saltou e o atingiu como se fosse um gato doméstico batendo em um brinquedo.

Por seu ingresso premium de US$ 140 (cerca de R$ 490), Tahir também deu banho em um tigre, alimentou um filhote com mamadeira e posou para uma foto com a cabeça de um tigre em seu colo.

"É uma experiência surreal estar tão próxima deles", ela disse. "Mesmo com a cabeça do tigre em seu colo, você pode sentir a energia. Não é algo que você faz todo dia."

Parte mosteiro budista, parte zoológico de animais de estimação, o Templo do Tigre no oeste da Tailândia há muito irrita conservacionistas e ativistas de direitos dos animais, que o acusam de abusos e exploração, enquanto oferece aos turistas uma fantasia de vida selvagem como no Éden.

 

Amanda Mustard/The New York Times

 

Agora, após queixas de tráfico de espécies ameaçadas de extinção, o governo está tentando fechar a atração. Mas há dois grandes obstáculos: o templo, que entrou na Justiça para mpedir o fechamento, e os tigres. O que fazer com os quase 150 felinos carnívoros criados em cativeiro?

O governo começou a remover os tigres neste ano, mas foi ordenado a parar depois que o processo foi impetrado em fevereiro. Até que o caso seja decidido, o destino dos tigres está atolado em um impasse legal que coloca as autoridades de vida selvagem, conservacionistas e o governo militar da Tailândia contra um rico empreendimento turístico apoiado por influentes monges budistas.

O Templo do Tigre, na província rural de Kanchanaburi, perto da fronteira com Mianmar, começou a reunir os animais há 15 anos como um ato de caridade. Os aldeões levaram um filhote ferido de tigre ao abade local, que aceitou cuidar dele. A notícia se espalhou e logo passaram a ser seis tigres.

"Nós construímos este templo para difundir o budismo", disse Supitpong Pakdjarung, um ex-coronel da polícia que administra a divisão de negócios do templo. "Os tigres vieram espontaneamente."

Os turistas vieram em seguida. Hoje, o templo arrecada US$ 5,7 milhões por ano em venda de ingressos, disseram as autoridades de vida selvagem, e recebe mais milhões em doações. Um ingresso normal, que custa cerca de US$ 17 (cerca de R$ 60), dá direito ao visitante levar um tigre passear em uma coleira e posar com um tigre acorrentado.

Os cerca de 15 monges que vivem no local lidam pouco com os tigres, fora ocasionalmente posar com eles para os turistas. Mas a atmosfera budista faz parte do apelo. O templo promove a si mesmo como local onde os tigres traem sua natureza selvagem e coexistem com os seres humanos em harmonia budista.

"Podemos conviver pacificamente por causa da gentileza", disse Supitpong.

Alguns monges e funcionários acreditam que certos tigres são monges reencarnados ou parentes. Supitpong disse que por meio da meditação os monges encontram soluções de dieta para reparar defeitos genéticos provocados pela endogamia.

O governo ordenou ao templo que suspendesse a procriação dos tigres, a cobrança de ingressos aos turistas e a permissão para que os visitantes alimentassem os animais, disseram as autoridades, mas o templo se recusou a cumprir a ordem.

"Os monges têm uma atitude 'Estou acima da lei'", disse Teunchai Noochdumrong, diretor do Escritório de Preservação da Vida Selvagem da Tailândia. "Eles dizem que por serem monges, eles têm o direito de cuidar de todos os animais naquela área."

O abade, Phra Vissuthisaradhera, "não é um monge", disse Teunchai. "Ele é um criminoso." O abade, que foi atacado e arranhado no rosto no ano passado pelo seu tigre favorito, se recusou a ser entrevistado.

Há anos o templo enfrenta acusações de maus-tratos. Recentemente, um tratador foi registrado em vídeo batendo na cabeça de um tigre.

Supitpong reconhece que funcionários às vezes atacam os tigres para distraí-los de verem os turistas como presas. "Temos que atingi-los para mudarmos o humor do tigre no momento", ele disse.

As acusações de contrabando de tigres datam de pelo menos 2008, quando o grupo britânico Care for the Wild disse que o templo estava negociando ilegalmente tigres com uma fazenda no vizinho Laos.

No ano passado, o veterinário do templo pediu demissão e denunciou que três tigres tinham desaparecido do templo. Ele entregou três microchips que disse terem sido removidos dos tigres; esses chips são usados para monitorar animais ameaçados de extinção.

Uma organização australiana, Cee4life, alega que 281 tigres nasceram no templo ao longo dos anos e que apenas mortes naturais não poderiam explicar por si só a população atual, que é de 138, sem contar os 10 removidos pelo governo. A organização também apresentou evidência de que alguns dos primeiros tigres do templo foram capturados na natureza e que outros foram trazidos posteriormente do Laos.

O sucesso comercial do templo inspirou dezenas de outros operadores de zoológicos sem licença a oferecerem contato próximo com animais raros, disse Edwin Wiek, fundador da Fundação Amigos da Vida Selvagem da Tailândia.

Os animais que nascem no templo são indesejados assim que se tornam adultos, disse Wiek, contribuindo para o papel da Tailândia como centro global do tráfico ilegal de animais ameaçados de extinção.

 

Amanda Mustard/The New York Times

 

Após as acusações do veterinário, o governo cancelou a licença para o templo manter os animais. O templo carece de documentação que prove a propriedade, de modo que as autoridades de vida selvagem argumentam que os tigres pertencem ao governo.

Os representantes do templo negam cometer abusos contra os tigres ou negociar os tigres ou partes deles. Eles carecem de documentos de propriedade porque a maioria dos tigres nasceu no templo. Supitpong disse que os três tigres suspeitos de terem desaparecido ainda estão na propriedade e que não tem conhecimento de qualquer microchip ter sido removido.

Durante uma batida no ano passado, as autoridades do governo também encontraram oito calaus e seis ursos-negros-asiáticos, também espécies protegidas. O templo disse que também era o proprietário legítimo desses animais, mas carecia de documentos para provar, disse Teunchai.

Quando as autoridades de vida selvagem tentaram apreender os animais no ano passado, monges e apoiadores bloquearam em protesto a estrada principal para o templo. As autoridades contornaram o protesto conduzindo um guindaste até a lateral do templo e içando os ursos por cima de um muro de 3,5 metros.

Supitpong diz que o tempo arrecada cerca de US$ 3 milhões por ano em venda de ingressos, aproximadamente metade do que diz o governo. A maioria das doações é destinada à construção de um templo no valor de US$ 29 milhões, que deverá ser concluído em 2022, o próximo Ano do Tigre. O templo será um dos maiores da Tailândia.

Apesar dos tigres do templo não serem domesticados (o comportamento deles pode ser imprevisível e já ocorreram vários ataques a turistas e funcionários), eles também não são selvagens, por terem sido criados em cativeiro e não terem medo das pessoas. Se o Templo do Tigre for fechado, os tigres não podem ser simplesmente soltos na selva.

Os 10 tigres removidos pelo governo foram levados de caminhão para um centro do governo, o Centro Khao Prathap Chang de Procriação da Vida Selvagem, na província vizinha de Ratchaburi, onde cada um possui uma jaula de 40 metros quadrados equipada com uma piscina de concreto do tamanho de uma banheira grande. As jaulas, diferente das do templo, não têm acesso a uma área fechada com grama e árvores.

Os representantes do templo insistem que os tigres estão melhores ali.

"Na Tailândia, este é o melhor lugar para eles", disse Tanya Erzinclioglu, uma coordenadora voluntária.

Mas Banpot Maleehuan, o diretor do centro do governo, disse que encerrar o contato próximo dos tigres com as pessoas tem feito bem aos animais.

"Eles já estão aqui há dois meses e agora estão se tornando tigres reais", ele disse. "Um tigre é um tigre, não um animal de estimação. Eles têm que viver sua natureza."

 

 

 

 

 

 

Fonte: (UOL)






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