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ELES AMAM SEUS AMIGUINHOS
Voluntárias cobram ação efetiva na política pública de proteção aos animais 02/04/2016 às 21:15:28

Por: Aline Rodrigues

 

Ao andar pelas ruas da cidade, é possível constatar a quantidade de animais em situação de rua, que lutam para viver e sobreviver. Grande parte destes é vítima da maldade humana por ter sofrido o abandono ou o simples descaso. Entretanto, no meio do caminho, hora ou outra, esses animais conseguem encontrar pessoas dispostas a dar uma nova vida ou, ao menos, melhorar a situação em que os mesmos se encontram. 

Em Rio Grande, há um grande número de voluntários e voluntárias engajados na causa. Pessoas que, diariamente, estão envolvidas, seja buscando apoio, recursos, lares temporários, medicamentos ou, ainda, promovendo diversas ações em prol dos amigos de quatro patas. Estes grupos, além de ajudar, a cada dia que passa, têm mostrado força e cobrado dos poderes a busca pelas soluções para esta política tão importante.

Para as voluntárias Michele Domingues Nunes, Patrícia Cassuriaga, Andréia Werk e Nathália Furtado, falta efetividade, e o Município precisa avançar nas Políticas Públicas de Proteção aos Animais. De acordo com Michele que, além de voluntária, administra a página "Vira lata vira amor", no Facebook, o castramóvel utilizado para fazer castrações está parado desde o ano passado. Ela salienta que, em entrevista, recentemente, a outro veículo de comunicação, integrantes da Secretaria de Município de Meio Ambiente alegaram que falta recursos para o castramóvel funcionar. 

"Estivemos em reunião com o prefeito no dia 17 de março. Dissemos que os grupos iam bancar os medicamentos e insumos, para fazer as castrações. Solicitamos a lista de medicamentos ao secretário responsável e ele não nos encaminhou. Então, a crise não justifica, é falta de vontade e de justificativa", desabafa Michele. Ela ressalta que as voluntárias, por não receberem respostas formais, têm cobrado o Executivo Municipal, nas redes sociais, sobre o castramóvel. "A coordenadora não nos responde. Todo mundo responde por ela, menos ela. Nós fizemos uma reunião com a coordenadora, no final do ano passado, mas estamos fazendo apelos na rede social, porque não temos retorno formal", conta. 

Segundo as voluntárias, a maior preocupação gira em torno das castrações, pois, de acordo com elas, é preciso ter um controle populacional que, de fato, apresente resultados. Elas salientam que desde que o castramóvel foi adquirido, no ano passado, esteve trabalhando de forma eficiente por pouco tempo. Conforme Nathália Furtado, existe um cadastro de pessoas que aguardam pela castração dos seus animais de estimação, entretanto, ela explica que ninguém sabe de fato como funciona a fila de espera para o procedimento. Elas contam que existem muitos questionamentos e reclamações de quem aguarda pelo serviço.

Promessa de campanha

De acordo com Patrícia Cassuriaga, administradora do grupo "Vira Latas e Corações", a implantação da Política Pública de Proteção aos Animais foi uma promessa de campanha da atual gestão do Executivo Municipal. "Os grupos sentaram com eles há dois anos. Foi prometido e só queremos que cumpram com o que nos prometeram", enfatiza. Ela esclarece que os grupos jamais tiveram a intenção de abandonar a causa, mesmo que o Município tivesse um trabalho eficaz. "Nunca dissemos que a prefeitura teria que fazer tudo. Queremos que a castração e o atendimento veterinário seja feito pelo poder público. A prefeitura tem seis veterinários e mais dois que foram contratados, para atender o castramóvel. São oito veterinários", destaca. 

As voluntárias comentam que estes profissionais deveriam estar nas ruas, trabalhando de forma efetiva para garantir o bem-estar dos animais vulneráveis. Elas enfatizam que conseguem garantir muitas castrações através dos brechós e das doações dos simpatizantes da causa. "Se tivesse um programa de castração efetivo, nós poderíamos nos dedicar mais às doações, em arrumar lar temporário, resgates de animais e fazer campanhas de conscientização, mas estamos tendo que arrecadar para fazer castrações, porque não há efetividade. Há muitos voluntários para ajudar, nós só queremos que eles façam a parte deles", aponta Andréia Werk, voluntária que está sempre envolvida nos brechós para arrecadação de recursos. 

"Queremos que eles façam o que prometeram, queremos que castrem. Que façam aquilo que foi promessa de campanha, que cumpram o que prometeram. Poderiam estar castrando, mas recusaram a nossa ajuda. Queremos ceder os remédios e os materiais, mas ninguém nos dá retorno",  ressaltam as voluntárias, as quais informam que, no próximo dia 6, está prevista uma nova reunião com o Executivo Municipal. 

Contraponto

De acordo com Maria de Fátima Maier de Melo, coordenadora da Coordenadoria de Defesa dos Direitos Animais (CDDA), o castramóvel deve começar a atender na próxima semana. Ela explica que a medicação e os materiais necessários para fazer as castrações já foram comprados, e que a CDDA aguarda apenas a entrega por parte das empresas responsáveis. "Os materiais já estavam comprados, precisávamos só que as empresas entregassem. Já recebemos uma boa parte", comenta. Ela diz que não tem conhecimento sobre a solicitação das voluntárias, quanto à lista de medicamentos e materiais voltados para as castrações, somente sobre uma lista de medicamentos para fazer os atendimentos veterinários. 

Sobre os recursos, a coordenadora enfatiza que, em 2015, o governo do Estado deixou de repassar mais de meio bilhão de reais de ICMS ao Município. "O Município não recebeu essa verba, e ele não pode deixar de pagar contratos da área da saúde, educação e salários. Vários setores sofreram cortes de gastos. Quando o Executivo faz o orçamento de um ano para o outro, é, na verdade, uma projeção. Se 50% da população não pagar o IPTU, por exemplo, o orçamento diminui e não se tem o dinheiro efetivamente", exemplifica.

Com referência aos veterinários contratados, Mária de Fátima conta que dois foram realmente contratados para o castramóvel, porém, os outros, segundo ela, estão lotados em outras secretarias, como a da Saúde e a de Desenvolvimento Primário. "Eles fazem atividades que exigem a presença de veterinários", esclarece. Ela informa que os veterinários do castramóvel estão prestando atendimentos aos animais de famílias de baixa renda e também aos animais em situação de rua.  Questionada sobre a falta de pagamento das clínicas cadastradas para fazer as castrações, a coordenadora destaca que tem a informação de que todos os serviços já foram pagos. "A informação que eu obtive foi que os pagamentos foram liquidados. Atualmente, com o cadastro ativo na coodenadoria só tem uma clínica. Outras duas clínicas estão providenciando a documentação, para revalidar o cadastro", diz. Ela explica que a fila de espera para a castração funciona de forma cronológica. 

"Temos um cadastro geral, que é dividido por ordem cronológica e por bairro. Não damos numeração de ficha, não existe uma numeração, registramos numa folha e vamos arquivando conforme a ordem de inscrição. Recebemos bastante ligação de pessoas dizendo que têm número de inscrição. Não sabemos como, pois a ordem é cronológica - argumenta.  Maria de Fátima acrescenta que o Executivo sabe que ainda é preciso avançar. "Reconhecemos que tem muito para avançar. Já foram castrados cerca de 2,3 mil animais com essa nova política. Eu, como ativista, entendo que a situação é muito grave, toda a negligência que se teve antes. São 278 anos que nada foi feito. Tem uma demanda reprimida de muitos anos", finaliza.

 

 

 

 

Fonte: (Jornal Agora)






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